quarta-feira, 21 de outubro de 2015

016 - Viagem fechada

No mesmo dia em que meu amigo de Porto Velho jogou a toalha, liguei para o Gustavo. Certas coisas a gente fala por telefone e a notícia que eu queria dar não seria passada por e-mail. Fui sincero com ele, abri o jogo quanto à questão do valor, disse que estava achando caro e todo o resto que já contei aqui. Mas, como companheiro é companheiro e f.d.p. é f.d.p. (ouvi essa frase em um discurso de colação de grau de um curso de Direito, o que me deixou tão horrorizado que hoje vivo usando a mesma frase), fui direto:

– Gustavo, eu vou, mesmo que não consigamos mais outra pessoa.

No dia seguinte, o Gustavo já iniciou as negociações definitivas com a agência e conseguimos um desconto de dez por cento. Não era grande coisa, mas já aliviava um pouquinho o bolso e dava para pagar as diárias do hotel e as refeições em nossa passagem por Boa Vista. Mais um dia e já tínhamos em nossos correios eletrônicos três documentos enviados pela Makunaima: 1) roteiro detalhado da caminhada; 2) ficha de inscrição; 3) lista de material de uso pessoal necessário. No mesmo dia, fiz o depósito de cinquenta por cento do valor do pacote e mandei minha ficha de inscrição.

Voltar atrás agora só com prejuízos financeiros, pois nesses casos as desistências são sempre acompanhadas de multas. O jeito era convencer minha mente definitivamente sobre o que o corpo iria enfrentar, treinar esse corpo o minimamente possível para não fazer tão feio na trilha e, claro, começar os preparativos para a viagem.

Alexandre Henry
alexandre.henry.alves@gmail.com

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