sexta-feira, 6 de novembro de 2015

021 - Preparando as malas

Junto com a ficha de inscrição, recebi uma lista de itens que deveria levar na trilha:

1.        Bota de trekking (pré-amaciados);
2.        Par de chinelos tipo papete (para caminhada e descanso nos acampamentos);
3.        Mochila de 60 litros (dê preferência para mochilas de boa qualidade);
4.        Saco de dormir 0ºC;
5.        Isolante térmico;
6.        Cantil;
7.        Bastão para trekking (recomendável, porém não imprescindível);
8.        Roupas leves para as caminhadas (quem for alérgico a insetos e/ou plantas, levar camisetas de manga comprida);
9.        Calça comprida e agasalho (nunca jeans);
10.     Bermuda;
11.     Roupas de banho;
12.     Meias;
13.     Tensor para joelhos (importante);
14.     Jaqueta de frio ou ANORAC;
15.     Toalha (mais fina possível, que possa secar rápido);
16.     Lençol fino (opcional);
17.     Um pequeno travesseiro (recomendável, porém não imprescindível);
18.     Par de luvas (para uso à noite);
19.     Touca de lã;
20.     Capa de chuva tipo poncho – resistente (imprescindível);
21.     01 rolinho de barbante (às vezes quebra um super galho);
22.     Chapéu com aba (importante);
23.     Filtro solar (importantíssimo);
24.     Repelente de insetos;
25.     Canivete tipo suíço (não imprescindível);
26.     Óculos de sol (opcional);
27.     Binóculos (opcional);
28.     Medicamentos tomados regularmente;
29.     Lanterna pequena c/ jogos de pilhas reservas (alcalina);
30.     Máquina fotográfica e filme (opcional).
31.     05 sacos plásticos tamanho 100 litros (resistente) – não opte por sacos de lixo, eles rasgam muito facilmente. Estes sacos serão utilizados para embalar todas as roupas e utensílios que irão na mochila.

Não era apenas isso, pois tinha mais um parágrafo de recomendações:

        Xampu, escova/creme e fio dental, desodorante, sabonete, agulha, tesourinha, linha de costura, faixas tipo gaze, esparadrapo, batom ou manteiga de cacau, protetor solar, repelente de mosquitos, Bad-aid, relaxante muscular, creme hidratante para pele, pomada contra assaduras, vaselina para evitar bolhas, medicamentos de uso contínuo ou para primeiras necessidades (consulte sugestões), papel higiênico. Lembrar de trazer purificador de água (recomendável, porém, não imprescindível).

            
Pena que não li essa lista toda com calma, ao contrário do que sempre costumo fazer. Toda viagem mais demorada ou mais complexa que faço, elaboro antes um check list, às vezes tirado da internet e completado por mim mesmo, para ir montando a bagagem. É algo que me dá prazer, em um nível inversamente proporcional ou meu prazer de desmontar malas, as quais às vezes passam dias fechadas depois da viagem, à espera que minha esposa me socorra. De posse da lista, escolho um canto da casa, normalmente o sofá da sala de TV, para colocar lá toda a tralha, antes de ajeitá-la na mala.
           
Falando em mala, essa é uma das primeiras coisas a serem resolvidas em qualquer viagem. A recomendação da agência era clara: mochila de sessenta litros, de boa qualidade. Pensei em comprar uma na minha viagem aos EUA durante o carnaval daquele ano, dois meses antes de começar a trilha, mas não sei por qual motivo me esqueci. Por lá, as coisas custam cerca de um terço do preço no Brasil, algo ridículo e que só mostra o quanto a nossa tributação é massacrante e idiota. E olha que trabalhei oito anos na Receita Federal e mais três na Procuradoria da Fazenda Nacional, então eu sei do que estou falando!
            
Vou dar um exemplo. No começo de fevereiro de 2010, fiz aquela viagem de barco pelo Rio Madeira, você se lembra? Pois eu levei uma câmera antiga que tinha, uma Fuji Finepix 5100, com um zoom ótico bom de 10 vezes, mas com definição de apenas 4 mega pixel. As fotos ficaram lindas, pois a câmera era velha, mas de ótima qualidade. Só que quis fazer uma exposição posterior e precisei imprimir várias delas, não podendo imprimir em formatos grandes simplesmente porque a definição da câmera era pequena. Decidi então comprar uma máquina nova na minha viagem aos EUA, que seria utilizada também na caminhada do Monte Roraima. Depois de pesquisar, escolhi uma Canon PowerShot SX-20IS, uma bela máquina com resolução de 12.1 Mp e um zoom ótico (que é o que presta) de 20 vezes, bem potente. Comprei a belezura em Miami, na BrandSmart, pagando algo como R$ 720,00 com cartão de memória de 8Gb, suficiente para tirar uma pancada de fotos e ainda filmar um tanto bom de minutos, em alta definição, conforme especificações da câmera. Chegando no Brasil, consultei na internet o preço da mesma máquina, em várias lojas de grande porte, do mesmo nível daquela nos EUA. Preço: R$ 2.999,00. Isso mesmo: mais de quatro vezes o valor que eu paguei por lá. Traduzindo em miúdos, se minha intenção inicial fosse comprar a máquina aqui no Brasil, compensaria pegar o dinheiro, comprar uma passagem para os EUA, reservar hotel, viajar para lá, comprar a máquina e, conforme fosse, ainda daria para voltar com um trocado. Detalhe: a garantia da maioria desses produtos é de nível mundial, então não cola aquela história de que o melhor é comprar aqui, por conta da garantia.
            
Isso é triste, muito triste

Nenhum comentário:

Postar um comentário