Junto com a ficha
de inscrição, recebi uma lista de itens que deveria levar na trilha:
1.
Bota
de trekking (pré-amaciados);
2.
Par
de chinelos tipo papete (para caminhada e descanso nos acampamentos);
3.
Mochila
de 60 litros
(dê preferência para mochilas de boa qualidade);
4.
Saco
de dormir 0ºC;
5.
Isolante
térmico;
6.
Cantil;
7.
Bastão
para trekking (recomendável, porém não imprescindível);
8.
Roupas
leves para as caminhadas (quem for alérgico a insetos e/ou plantas, levar
camisetas de manga comprida);
9.
Calça
comprida e agasalho (nunca jeans);
10.
Bermuda;
11.
Roupas
de banho;
12.
Meias;
13.
Tensor
para joelhos (importante);
14.
Jaqueta
de frio ou ANORAC;
15.
Toalha
(mais fina possível, que possa secar rápido);
16.
Lençol
fino (opcional);
17.
Um
pequeno travesseiro (recomendável, porém não imprescindível);
18.
Par
de luvas (para uso à noite);
19.
Touca
de lã;
20.
Capa
de chuva tipo poncho – resistente (imprescindível);
21.
01
rolinho de barbante (às vezes quebra um super galho);
22.
Chapéu
com aba (importante);
23.
Filtro
solar (importantíssimo);
24.
Repelente
de insetos;
25.
Canivete
tipo suíço (não imprescindível);
26.
Óculos
de sol (opcional);
27.
Binóculos
(opcional);
28.
Medicamentos
tomados regularmente;
29.
Lanterna
pequena c/ jogos de pilhas reservas (alcalina);
30.
Máquina
fotográfica e filme (opcional).
31.
05
sacos plásticos tamanho 100
litros (resistente) – não opte por sacos de lixo, eles
rasgam muito facilmente. Estes sacos serão utilizados para embalar todas as
roupas e utensílios que irão na mochila.
Não
era apenas isso, pois tinha mais um parágrafo de recomendações:
•
Xampu,
escova/creme e fio dental, desodorante, sabonete, agulha, tesourinha, linha de
costura, faixas tipo gaze, esparadrapo, batom ou manteiga de cacau, protetor
solar, repelente de mosquitos, Bad-aid, relaxante muscular, creme hidratante
para pele, pomada contra assaduras, vaselina para evitar bolhas, medicamentos
de uso contínuo ou para primeiras necessidades (consulte sugestões), papel
higiênico. Lembrar de trazer purificador de água (recomendável, porém, não
imprescindível).
Pena que não li essa lista toda com
calma, ao contrário do que sempre costumo fazer. Toda viagem mais demorada ou
mais complexa que faço, elaboro antes um check
list, às vezes tirado da internet e completado por mim mesmo, para ir
montando a bagagem. É algo que me dá prazer, em um nível inversamente
proporcional ou meu prazer de desmontar malas, as quais às vezes passam dias
fechadas depois da viagem, à espera que minha esposa me socorra. De posse da
lista, escolho um canto da casa, normalmente o sofá da sala de TV, para colocar
lá toda a tralha, antes de ajeitá-la na mala.
Falando em mala, essa é uma das
primeiras coisas a serem resolvidas em qualquer viagem. A recomendação da
agência era clara: mochila de sessenta litros, de boa qualidade. Pensei em comprar uma na minha viagem aos EUA
durante o carnaval daquele ano, dois meses antes de começar a trilha, mas não
sei por qual motivo me esqueci. Por lá, as coisas custam cerca de um terço do
preço no Brasil, algo ridículo e que só mostra o quanto a nossa tributação é
massacrante e idiota. E olha que trabalhei oito anos na Receita Federal e mais
três na Procuradoria da Fazenda Nacional, então eu sei do que estou falando!
Vou dar um exemplo. No começo de
fevereiro de 2010, fiz aquela viagem de barco pelo Rio Madeira, você se lembra? Pois eu
levei uma câmera antiga que tinha, uma Fuji Finepix 5100, com um zoom ótico bom
de 10 vezes, mas com definição de apenas 4 mega
pixel. As fotos ficaram lindas, pois a câmera era velha, mas de ótima
qualidade. Só que quis fazer uma exposição posterior e precisei imprimir várias
delas, não podendo imprimir em formatos grandes simplesmente porque a definição
da câmera era pequena. Decidi então comprar uma máquina nova na minha viagem
aos EUA, que seria utilizada também na caminhada do Monte Roraima. Depois de
pesquisar, escolhi uma Canon PowerShot SX-20IS, uma bela máquina com resolução
de 12.1 Mp e um zoom ótico (que é o que presta) de 20 vezes, bem potente.
Comprei a belezura em Miami, na BrandSmart, pagando algo como R$ 720,00 com
cartão de memória de 8Gb, suficiente para tirar uma pancada de fotos e ainda
filmar um tanto bom de minutos, em alta definição, conforme especificações da
câmera. Chegando no Brasil, consultei na internet o preço da mesma máquina, em
várias lojas de grande porte, do mesmo nível daquela nos EUA. Preço: R$
2.999,00. Isso mesmo: mais de quatro vezes o valor que eu paguei por lá.
Traduzindo em miúdos, se minha intenção inicial fosse comprar a máquina aqui no
Brasil, compensaria pegar o dinheiro, comprar uma passagem para os EUA,
reservar hotel, viajar para lá, comprar a máquina e, conforme fosse, ainda
daria para voltar com um trocado. Detalhe: a garantia da maioria desses
produtos é de nível mundial, então não cola aquela história de que o melhor é
comprar aqui, por conta da garantia.
Isso
é triste, muito triste
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